segunda-feira, 4 de maio de 2009

GARCIA REY




Francisco García Rey é um pintor ferrolano de larga trajectória artística. O seu historial artístico é tão prolixo como interessante. Expõe desde há mais de 20 anos, sempre com grande aceitação pela crítica e pelo público. Lógicamente, no seu começo, o maior número de mostras fá-las na sua cidade natal.Mas pouco a pouco a sua fama vai-se acrescentando e, proporcionalmente o raio de acção dos seus trabalhos. Assim, foi-se vendo a sua obra a nível regional, nacional e internacional: Pontedeume, Cedeira, Santiago de Compostela, Baiona, Vigo, Salamanca, Barcelona, Porto y Düsseldorf, são exemplos do que acabamos de dizer. Além disso, García Rey conjuga o seu ofício de pintor con outros aspectos relacionados com este, como o de académico, o de pedagogo e o de divulgador: é membro da Associacião de Artistas Plásticos Galegos; foi professor de desenho e pintura em diversos ateliers; colobaborou em publicações locais e regionais, não só mostrando obras de sua autoria, mas também como crítico e analista de arte. A bagagem teórica e técnica deste pintor é acima da média. A sua pintura tem raízes profundamente galegas: estudou a obra de Maside e de Seoane. Mas não fica por aquí a sua inspiração, já que esta transcende o espaço e o tempo, em pintores que vão desde Velásquez até Antonio López.
A evolução da sua pintura explora todos os campos da realidade até chegar ao hiperrealismo. Mas não a um hiperrealismo comum, que sempre se fez a óleo, mas sim a um hiperrealismo com nova técnica, nova nesta tendencia, como é a aguarela: García Rey é dos poucos artistas espanhóis que conjugam estas duas coordenadas. Parte da realidade adaptando-a ao seu "eu" pessoal. Afastando-se da técnica aguarelista clássica, de mancha, para experimentar com outras técnicas novas, que mantém zelosamente guardadas. Sempre sem descuidar um finíssimo trabalho de estudo de perspectiva.
A sua obra desenvolve-se em séries, nunca em quadros independentes. Cada quadro é um repto, uma experimentação contínua. Quando termina uma das suas séries, fecha um ciclo e começa outro novo.
No catálogo da sua última exposição, podemos apreciar a sua evolução, a qual sem estar em completa ruptura com a sua obra anterior, vemos que a materia se vai sublimando até transformar-se, deteorar-se, decompor-se, num lirismo de sombras, brumas, névoas e bosques.
O protagonista da sua obra é o homem, apesar da sua ausência física. "A mihna intenção é que nos olhemos, através da minha obra, como num espelho, e fiquemos conscientes do mundo irreal e frívolo em que vivemos, e nos traslademos à realidade das sensações, sentimentos e recordações, onde tudo é autêntico”. Estas palavras do autor resumem a sua pintura e definem os seus postulados através de uma sinergia indissolúvel entre o classicismo e a contemporaneidade. Eis a sua pintura.
Juan A. Carneiro (Prof. Hª del Arte)

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Porto, Portugal
GALERIA DE ARTE CONTEMPORÂNEA LARGO DOS LÓIOS,50 4050-338PORTO (+351)222005156 galeriavieiraportuense@gmail.com www.galeriavieiraportuense.com