Bem – Aventurado Jorge não foi o nome que recebeu na Pia Baptismal.
Bem arrumado numa grande empresa internacional sediada em França, a certa altura teve um rebate interior que o fez mudar de vida. Desde Saulo de Tarso na Estrada de Damasco que estes rebates da alma deixaram de ser originais. Mas o facto de este artista plástico trocar a sua vida bem organizada em França pela aventura de cavaleiro andante das artes e ainda por cima se achar bem aventurado pelos deuses, não pode deixar de causar admiração, sobretudo a quem teima em prosseguir caminhos invocacionados, travado por comodismos, preconceitos ou falta de coragem.
Este auto rebaptizado Bem – Aventurado, veio para Portugal e, nas cercanias de Arganil, espalhou o seu talento por recuperações de velhas obras de arte em monumentos públicos, vindo a fixar-se no Piódão, numa casa onde, após a sua morte, foi instalado o museu da terra.
A sua pintura de cores alegres tem uma leitura agradável. Os motivos dos seus quadros, de génese naif, têm origem em crenças, inspiradas nos contos e lendas que povoam as mentes populares desde tempos imemoriais.
Expôs por grande parte do país, tendo exposto individualmente nesta casa, poucos anos antes de falecer.
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